Estava amedrontada, ao sair da sala de aula meu mundo poderia ser descoberto. Não gostava das caras feias que me obrigavam a perceber, entender ou lembrar da existência do mundo real. Parecia impossível decifrar os enigmas dos conjuntos de letras.
O papai ficava apavorado quando eu dizia aos prantos “Eu nunca vou conseguir”. Os pais são mais fracos do que as mães, eles temem intensamente as fraquezas dos filhos e vestem a máscara da fúria com a tentativa de livrar-se desse problema.
A mini biblioteca me parecia um mundo grande e perigoso. A tia Cida entregou a cada aluninho um pequeno livro. Minhas pernocas tremeram quando percebi a situação. Meu vazio seria descoberto novamente caso não atuasse com perfeição. O silêncio era meu companheiro de fuga. Cada criança abriu seu livro, fiz o mesmo para não levantar suspeitas. Lia as imagens e mal olhava para as palavras malvadas.Um cutucão e uma inocente pergunta romperam meu transe. “Talita, quer trocar de livrinho comigo?”. A velocidade do meu sangue acelerou. Não conseguia pensar, precisava agir imediatamente. Qualquer gesto dócil revelaria a cor do meu coraçãozinho.
Minha resposta foi um não acompanhado de um soco, sucedido de arrependimento e uma dorzinha no fundo do peito.
4 comentários:
Oi fofica!!! Amei esse textinho, viu? Ficou muito bom mesmo! Achei o título bem fofinho, como tudo o que você faz, não é? Só um conselho: acho que quando vc recortou e colou o texto para publicar, ele perdeu toda a formatação de parágrafo. Dá um editada, só pra ficar mais claro para ler. Beijões, meu amor!!!
Aaah, aquela história engraçadinha :D
Seu blog tá uma graça, depois tiro um dia pra ler tudo! E obrigada pelo comentário no meu.
Bejo!
Ei amor, quero mais histórias! Não para de postar não!
Ei amor, você vai esquecer desse blog? Escreva mais historinhas! É sério!!!
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