Foto pink

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Aquilo que se esconde em minha memória

Minhas últimas reflexões me fizeram chegar a atual conclusão de que somos constituídos por nossas ações e experiências. Graças a fragmentos ocultos do passado me tornei silêncio. O momento de descobertas supõe que o desconhecido seja apreciado, e que o oculto seja revelado. Portanto, como quem conta uma história irreal para alguém, esse texto tem como pretensão arrancar as feridas do meu passado e reiniciar o processo de cicatrização.

Era muito tarde. A menina estava em sua cama junto da mãe. A mulher cheia de receios esperava pelo adormecer da filha ansiosamente,ela fazia de tudo para que a menina não notasse a ausência do pai. Regina sabia exatamente o que iria acontecer dentro de alguns minutos ou horas.

Alberto chegaria em casa com o nariz inchado e os olhos vidrados, ele a olharia repleto de ódio, não ódio da esposa, mas daquele recente passado que havia sido destruído exatamente por aqueles que Alberto amava. Essa objeção por destruir suas ultimas jóias era uma maneira de negar sua fraqueza evidenciando uma força irracional e maligna.

Regina já incluíra a violência em seu cotidiano, mas não era isso que lhe roubava a alma, mas o receio de que Roberta descobrisse o que se passava naquele lar.

Naquela noite, mais uma vez Alberto chegara no meio da madrugada com um pretexto tolo para agredir sua esposa. E da forma que acontecia nos dias anteriores, Roberta simulou o sono para livrar a mãe dos receios maternos e pai das culpas posteriores.