Foto pink

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Íris cheia de Luz

E num simples pulsar de momento íntimo Eleonora recebeu a luz e segou-se. Repleta de oxigênio bordô a moça inexplicavelmente não podia enxergar nada. Dessa vez ela teve certeza, acabara de ser atingida por aquele sentimento que ela tanto temia, a paixão.

Uma das grandes verdades da sabedoria popular é aquela que afirma que o amor é cego. Agora Eleonora entendera o que isso significava. A paixão vinha sim acompanhada da cegueira, mas uma cegueira decorrente da iluminação que ela provoca nos indivíduos. Como aquele momento em que saímos de um túnel escuro e não podemos ver nada devido tamanha claridão.

Meio ao desespero por não enxergar, a moça começou a chorar e a se contorcer na cama. Pensamentos de todos os gêneros perambularam por sua cabeça. Teve medo. E agora? O que eu vou fazer sem ver o mundo? Como faço para enxergar as pessoas e conseguir fazer as escolhas certas? Eleonora estava com medo pois acabara de perder a capacidade de ser sabia e justa, coisas que lhe eram caras.

Envolvida por aquela angustia, Eleonora ouve aquela voz suave e certeira que lhe provocara aquela abundância de luz. Calma menina, eu também não posso ver nada, mas mesmo sem saber o motivo, confio em você.

Aquele som ajudou sua retina dilatar cautelosamente, a luz dourada foi ficando suave, e de repente seus olhos podiam enxergar novamente, mas tudo estava diferente sob um névoa rosa pastel. Um novo mundo absolutamente desconhecido. Puxou aquele ar de uma substância desconhecida com força. Seu pulmão abriu. Aproveitou aquele impulso de coragem, pegou naquela mão, que assim como a sua estava há instantes, tremia. E disse, eu te guio.

E partiram para a descoberta do no novo mundo.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Lamúrias da Carne

(incompleto)

Eu prendo esse tormento apaixonado que você me causa. Seguro com força, uma luta de vontade e contra-vontade. No fim da batalha, meu desejo vence e preencho meus olhos com essa paixão impossível. Paixão vulgar, solitária e sem ética.

Antes essa minha crise fosse só um problema da moral. Vai muito além. Paixão que destrói meus princípios. Gozo seu que me suja por dentro, que me transforma na vagabunda que sempre quis ser, mas não pude pois nunca consegui perder completamente a razão.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Vulgar

Hoje reconheço minha vulgaridade.
Percebo que ela faz parte de minhas duas metades
Profana, que não quer amar e quer ser amada.
Hipócrita, que julga e não quer ser julgada.
Agora perdida apesar de toda minha moral sólida.
Pois amo sozinha, independente de minha capacidade de deliberar.
Razão em fúria.
Coração pulsando.
Cansada de mim.

Transbordo

Com este cheiro novo.
Que é tão volumoso e espesso que me faz escorrer.
Eu que já fui frágil ao ponto de precisar ser completada, hoje ocupo tando do meus ser que qualquer nuvem de sentimento obriga-me a transbordar.
Nesses instantes de agora, meus vazamentos causam enchentes.