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terça-feira, 16 de março de 2010

Personagem de Tchecov

A minha experiência anterior me fez acreditar que tal processo seria mais fácil, o saber dava uma confiança boa, uma sensações de poder perante os que não sabiam. Mas foi muito mais difícil.

A escolha me deu medo, qualquer possibilidade parecia mais fraca, comum, simples. Resolvi optar pelo simples, apostei minhas fixas na realidade do comum. Jogo Ganho! Verdade interior destruida.

Aquela possibilidade possível me doeu tanto. Fiquei fraca. Aquela mentira era tão real. No teatro, o Homem mostra o Homem para o Homem, e naquele momento o “eu de mentira” me mostrou o “eu de verdade”. Eu me despi para mim mesma. Toda a força que eu pensava ter sumiu. Restou somente um pedaço fraco, medroso, acomodado e sem nenhuma possibilidade de tornar qualquer desejado real.

Pois é, eu acabei me descobrindo muito mais falsa do que esperava. Tantas pessoas me enxergam como uma pessoa forte, ativa, decidida e dedicada, mas não é verdade! Não que eu finja tudo isso para o mundo, finjo para mim mesma. Se eu me vejo como forte, não há razão para tentar mudar, e isso me torna muito mais fraca!

Eu queria tanto ter ficado! Mas eu não consegui. O meu medo me mandou ir e deixar as coisas normais tão normais quanto sempre foram. Eu segurei minhas lágrimas para não confessar ainda mais minha fragilidade para mim mesma, mas essa verdade que escondo de mim me deu tanto medo. Eu não quero isso! Eu quero o risco de uma vida com a possibilidade de um sonho. Caso contrario, nada disso tem valor.

4 comentários:

Catarina Eya disse...

Voce nao precisa fingir o que voce nao eh para voce mesma, porque no fundo voce sempre sabe o que voce eh. E o que os outros enxergam de nos nao eh importante, e sim o que nos enxergamos em nos mesmos. ;)

disse...

Eu quase sei do que você tá falando.
Mas eu gostaria muito de que esse quase não existisse. Eu li, reli, mas ele persisitiu. E mesmo sem entender tudo, eu vi umas coisas que eu acho que aconteceram comigo também. Eu acho.
Ou quase.
[me explica?]

Olorruama disse...

"Aquela mentira era tão real. No teatro, o Homem mostra o Homem para o Homem, e naquele momento o 'eu de mentira' me mostrou o 'eu de verdade'".
Aquela mentira era real, apenas meu espectro despido diante de meus olhos, adorei a analogia, passa-me tantas elocubrações a este respeito, qlqr dia conversamos sobre isso...bjão...AMEI!

Hajanela disse...

Uma vez,
"Talita Contipelli disse...
Uma menina que se acha, não é só uma menina, ela é aquilo que ela acha ser."

20/11/09 10:42

beijos